sábado, janeiro 26, 2019

A justiça no seu longo cortejo de castigos, continua a exercer a sua musculada vontade em espremer como roupa lavada, para lhe retirar a água, o velho sonho da igualdade. Enquanto a lua no seu estado crescente côncavo, se passeia no quotidiano dos Homens, olhando-nos com pálpebras simpáticas e curiosas, esgotando-nos os olhos e assim nos privando de admirar o universo.
 
10 Janeiro 2019
A escuridão, exibe uma silhueta musculada e cintilante, de feroz carnalidade, que transforma as noites num veículo de sedução, que não nos custam a passar. Já os dias são tantas vezes um longo espectro de perdição, quando o intervalo entre aquilo que nos desafia, se atrasa a chegar, cansando o olhar no perfeito alinhamento da linha férrea, naquilo que parece ser o seu fim, no qual descreve uma curva ao alapar tudo o que está por chegar, deixando-nos sequiosos por o tempo não ...esperar por nós. É aí que o córtex cerebral, ao processar a informação, como que aleatoriamente opta por antecipar a reação, entramos num jogo, que não podemos jogar, onde desconhecemos as regras, nunca o iremos ganhar, por o enredo da humanidade encerrar mistérios de sorte e azar. Mas é no arrepio que nos suspende a fala, com um palpitar quase imperceptível que nos sentimos vivos como se estivéssemos um arnês, mesmo quando não estamos presos a nada, até que um novo limite nos pare.
 
13 Janeiro 2019
A perícia de saber escutar na ausência da imagem viva diante da janela da alma, consiste em atingir as partes mais sensíveis da tonalidade da voz, que revela a nossa ambição na busca da verdade. A desafetada contração dos lábios condiciona a missão do ar, retirando-lhe a musicalidade das nossas intenções. É o orgânico a infligir o emocional, pela não concordância das partes que atuam, sob o comando da nossa artificialidade.
 
17 Janeiro 2019
Uma vasta luz cor de sangue, dilui as sombras, expondo o seu caráter, numa ascensão que visa abraçar os dedos do azul que nos envolve e nos faz sonhar, com os longos anos que nos esperarão de felicidade, de mão na testa inclinados para trás, saboreando o vento, que provoca o balançar dos nossos cabelos. E durante este tempo, que deveria durar tanto como a eternidade, pressente-se que esta viagem está a chegar ao fim, ao ver chegar as pálidas luzes do apeadeiro da liberdade dos movimentos de um corpo que reconquista a sua completude.
 
18 Janeiro 2019
Deixarão saudades, estes despertares embebidos de uma singular beleza matutina e ainda assim nunca reclamando a si aplausos humanos. Por mais que os olhos levem consigo imagens memórias do que nos encanta, não é certo que consigamos noutras latitudes, recriar tudo com as qualidades que o coração ou a imaginação, possam possuir e assim pô-las como na sua posição inicial.
 
23 Janeiro 2019

domingo, janeiro 13, 2019

O Advento vem chegando para semear a fraternidade e a paz, num exercício que não apela ao arrependimento forçado, mas sim à autocritica que conduz a um melhor reconhecimento do que fomos e do que queremos ser e tudo se passa como se nos interrogássemos de onde vem esta manhã que nos acolhe a cada recomeço, onde os Homens sonham poder mexer nos astros e os colocar no lugar certo, como tantas vezes fazemos quando arrumamos a nossa alcova. O que move a humanidade, são as paixões, que exacerbadas ou não, mereceriam o estatuto de preservadas, como algumas espécies animais em risco de extinção.
 
30 Novembro 2018
Sempre lépidas as gaivotas a entreter tudo o que está preso ao seu lugar, paralelas e vigilantes no fado dos Homens, onde as paixões provocam excesso de concentração, como no tejadilho de uma viatura, onde a carga foi toda colocada num único lado. Ainda as gaivotas que parecem estar alojadas num interior do vento, fazem entender que uma ação fica sempre incompleta, onde se torna difícil compreender a distância que decorre entre o exterior e o interior de um organismo, ao ser tantas vezes diferente o que fazemos do que pensamos.
Estamos pois, perante a beleza de tudo o que os Deuses nos deram e as escolhas que acreditamos favorecerem o nosso futuro.
 
15 Dezembro 2018
A invenção mais extraordinária do Homem foi o beijo. Seguiu-se a ciência e com esta a humanidade tomou consciência das suas vulnerabilidades, as ilusões foram ganhando espaço no ímpeto criador dos Homens e os sonhos começaram a dominar a perseverança das civilizações. À porta do Sec. XXI, foi possível controlar a fome, a doença e a guerra, sendo possível hoje para muitos de nós, desafiar a longevidade, fazendo com que a Terra, seja cada vez mais um astro onde há lugar para todos. E é para todos que desejo um Natal extremoso e que 2019, vos traga saúde de mão dada com alegria, algo que deixa qualquer aura com substantivos maravilhosos.
 
19 Dezembro 2018
O horizonte arde como um forno de porta aberta, assiste-nos senti-lo langoroso, como um corpo consumido depois de percorrer a extensão de uma montanha. Porém, são esses momentos que nos dão a satisfação de apreciar, que amamos tudo o precisamos.
 
27 Dezembro 2018
A justiça no seu longo cortejo de castigos, continua a exercer a sua musculada vontade em espremer como roupa lavada, para lhe retirar a água, o velho sonho da igualdade. Enquanto a lua no seu estado crescente côncavo, se passeia no quotidiano dos Homens, olhando-nos com pálpebras simpáticas e curiosas, esgotando-nos os olhos e assim nos privando de admirar o universo.
 
10 Janeiro 2019
A escuridão, exibe uma silhueta musculada e cintilante, de feroz carnalidade, que transforma as noites num veículo de sedução, que não nos custam a passar. Já os dias são tantas vezes um longo espectro de perdição, quando o intervalo entre aquilo que nos desafia, se atrasa a chegar, cansando o nosso olhar no perfeito alinhamento da linha férrea, naquilo que parece ser o seu fim, no qual descreve uma curva ao alapar tudo o que está por chegar, deixando-nos sequiosos por o tempo não esperar por nós. É aí que o córtex cerebral, ao processar a informação, como que aleatoriamente opta por antecipar a reação, entramos num jogo, que não podemos jogar, onde desconhecemos as regras, nunca o iremos ganhar, por o enredo da humanidade encerrar mistérios de sorte e azar. Mas é no arrepio que nos suspende a fala, com um palpitar quase imperceptível que nos sentimos vivos como se estivéssemos um arnês, mesmo quando não estamos presos a nada, até que um novo limite nos pare.
 
13 Janeiro 2019