quarta-feira, outubro 11, 2017

O Outono atrasasse como um relógio aflito ao sentir que o seu inquilino, um núcleo de alta intensidade, começa a desfalecer, até imobilizar totalmente os seus braços, enquanto aguardo com o vagar de quem sobe, ouvir-te chegar no andar de cima de uns sapatos, para aquele jantar onde o coração se iluminará de tudo, até cegar de tanto ver o teu olhar a transbordar de um estado de alegria a que a alma reconhece como felicidade, essa aragem que corre na madrugada do sistema circul...atório e causa arrepios trepidantes como uma carruagem puxada por cavalos, que reclamam a liberdade, que todo o Homem moderno, entende ser necessária no código de barras do amor. Falo do amor que dois copos vivem, quando encostados ao brindar a algo que promove um sorriso sem fim, transformando o escuro em claro e onde se vive o lograr da metafisica que habita na cumplicidade de duas almas que se leem com a exatidão com que o cosmos se organiza.
 
11 Outubro 2017

domingo, outubro 01, 2017

A luz não preenchia ainda todo o céu e o horizonte era uma imensa aguarela noturna com o retorno da aurora. Com a colaboração do vento, a copa das arvores batiam-se na posse de alguma violência, para fazer soar o eco que levaria por toda a Serra, para que todas as formas de vida saberem que um mortal tinha entrado no templo e assim pudessem sondar, o estado da sua aura, as suas intenções mais profundas. Chegado ao topo, uma densa bruma como a saudade, não deixava o clarão chegar ao corpo entrelaçado da Cruz, toquei-lhe no ombro e pedi que mudasse os baixos para altos, de quem anda perdido por estes dias e envolto de uma opacidade como a que sonegava os ícones da Serra.
 
1 Outubro 2017