A cidade maquilha-se sob o luscofusto, para receber as
sombras, onde somente os candeeiros mantem uma frágil faisca, sempre atentos à
beleza das raparigas que passam, soltando aromas que revelam o seu sangue
quente, da gare maritima mesmo ali ao lado, a transportar corpos para outro
mundo cosmopolita, enquanto o murmurinho da cidade se decipa e as ruas que
ladeiam o Tejo recriam-se no negro da noite ao som de jazz melancólico, até que
o frio da madrugada revele o conforto de um abraço à luz do luar, diante de
silenciosas imagens que o amor encerra.
16 Fevereiro 2016