quinta-feira, maio 31, 2018

Um dia conheci uma flor que vivia nas margens de um pântano, falamos sobre os musculosos pensamentos de quem vive emaranhado na felicidade, essa severa matemática que desvanece todas as duvidas e nos faz detentores de uma vitalidade, que se derrama magnificamente na torrente do aparelho circulatório, como uma onda que galga as margens de uma cidade, passando a fazer parte dela.
 
31 Maio 2018

domingo, maio 27, 2018

A paixão de uma enxada ao revoltar a terra, segue a mesma sequência que dois corpos em expansão e intensidade, a sentir o seu cheiro a aumentar, com o coração a marcar compasso pela atmosfera que nos faz fechar a pálpebras, ao saboreamos o desempenho de um beijo, enquanto escutamos os pensamentos do escaldão de um musculado desejo, esse compartimento da alma, que se ocupa por completo da insensatez dos Homens. E é esse vibrar que daí resulta, que nos faz chegar tão longe como uma memória, tão densos e envolventes como um bosque, onde entramos e de onde não queremos mais sair.
 
26 Maio 2018

segunda-feira, maio 14, 2018

É demencial, assistir ao corpo a vaguear por entre as divisórias desertas do lar, em busca de estímulos, como quem procura a luz no seio da cegueira, na pertinácia de satisfazer o saudável e feroz vicio que nos ilumina a mente, ao nos conectarmos á montanha, num tranquilo trote a ver a que altura voa o pensamento, ou a ouvir o zumbido dos nossos átomos na linha de partida e o crescente jubilo ao cortar uma meta, como se fosse um jogo feito para nunca acabar, onde ocorre uma aurora boreal, neste existir como numa paisagem que se estende pelo infinito. É então que somos seduzidos a aceitar o desafio de compreender, que o tempo decorre em duas medidas. A demora do presente e o atraso do futuro, enquanto único veiculo do devir, para oferecer de novo o festim de estarmos envolvidos pelo que nos deixa embriagados de fortuna ao ver o corpo a responder poderosamente à morfologia que o cerca.
 
14 Maio 2018