domingo, outubro 26, 2008

Atravesso a rua mais movimentada de Lisboa sem sinais de outra presença humana e sou surpreendido pelo surgimento de um paquete na aresta desta artéria, onde a luz da aurora vinda de sul reflecte sobre o seu branco puro, a grandeza desta aeronave. Estou a chegar com uma bandeja decorada com o nosso pequeno almoço, acompanhado de uma qualquer flor que furtei de um vaso distraído e anseio que o que inicias-te com as tuas mãos os teus lábios terminem. Oiço o choro da mais bela das Mulheres que alguma tive nos braços e corro para apaziguar a sua dificuldade em adormecer. Desafio a minha capacidade de a embalar e acabo embalado pela ternura dos olhos índigo que ao focarem-me de tão perto sinto o seu sopro brando e morno sobre as minhas cansadas pálpebras, que lutam como ela para não adormecer, para não perder mais esta oportunidade de a contemplar. Acordo com assustadores estrondos vindos do céu. Já de pé mas ainda assarapantado, precipito-me para a janela na tentativa de não confirmar o meu mais recôndito medo. E enquanto reajo ás minhas quimeras, sinto as vossas mãos a pedirem o meu conforto e pela primeira vez vivo a experiência numa imagem prosaica, ao ser identificado como um super-herói que toma em vossa defesa na atitude altruísta feito um porto de abrigo que não se deixa intimidar com a maior das tormentas.

domingo, outubro 05, 2008

É com músicas como esta que um dia gostava de ter oportunidade de despedir-me de ti, na certeza de termos vivido momentos de Glória.

Vivo correndo a galope do desejo de continuar a ser deslumbrado, na arte e no engenho de cada vez fazer-te sorrir de maneira diferente.