sábado, novembro 24, 2018

Ouve-se o correr da cortina de ferro que trás a noite.
As sombras atiram-se a tudo o resta da claridade que aqui e ali, insiste em manter um frágil folego. Os Anjos Negros desenlaçam as suas asas e espalham-se pela cidade em busca de almas solitárias, para as transmutar à eternidade.
 
2016

terça-feira, novembro 20, 2018


O som dos tambores enchem a arena e a sua ressonância trespassa-nos enquanto aclamamos por Ele. As ineptas luzes, falecem à entrada do Anjo Negro que aguardamos com crescente excitação, carrega um manto caliginoso, que deixa cair, para sobre ele, despojar papiros com narrativas dos abismos da dor humana e sementes para as paixões da alma, enquanto nos olha possuído do virtuosismo de nos encantar, que deixa a mais tenebrosa das noites, com desejos que chegue a tênue luz do fim da madrugada, para diante dela, os Homens restabeleçam a sua identidade diurna e assim se atreverem a perguntar no seu silêncio interior, se esta noite ocorreu.
 
17 Novembro 2018

segunda-feira, novembro 12, 2018

Enquanto a Lua, absolutamente cheia por fora, não se ausenta, conversamos sobre coisas que acabaremos por esquecer, entregamos afetos que serão sempre coisas que conseguiremos recordar e ao nos envolvermos, acabamos por aprender a reconhecer as pessoas que nos vão direitas ao coração e navegam dentro de nós, como uma sonda que busca na escuridão do espaço uma nova forma de vida e nos fazem vibrar como um cristal em exposição á ressonância da sua alma.
 
24 Outubro 2018
Arrancamos o tempo do pulso e atiramo-lo ao infinito sabendo que é biodegradável e ficamos admirar as aves no ar, imóveis contra o vento, fixas como se pregadas numa parede invisível, a sentir o cheiro da vontade que o corpo exprime quando nenhuma palavra poderia explicar, a beleza das feições que um rosto assume, no espaço que decorre ao longo de um beijo, que deixa o mundo ás escuras, somente á merce do cintilar dos astros que vivem sobre o manto negro da noite. E enquanto voltamos a nós ainda a sentir a liberdade do corpo que ainda não voltou a ser nosso, agasalhamo-nos num abraço, a ouvir o nosso pestanejar no silêncio dos pensamentos que trocamos.
 
26 Outubro 2018
As memórias do corpo, são como chaves que abrem sucessivas portas dentro de um castelo, até chegarmos á nave principal, onde o púlpito aguarda pelo rito da palavra, para que recomece a aclamação dos nossos sonhos.
 
11 Novembro 2018