sábado, dezembro 31, 2011


Eu nunca tive fé!
A dada altura dei conta ser devoto ao Cosmos, como coisa que tudo já foi, como coisa que tudo é e tudo será. Acredito de uma forma absolutamente derradeira, que a Natureza tem o dom de se auto-regenerar e que o Homem tem um papel secundário na realidade que conhece! Hoje, a Humanidade vê-se a caminhar por uma estrada que construiu e que está enlaçada de um nevoeiro opaco, muito à imagem do espírito de uma grande maioria de nós. Os enredos das últimas décadas, aceleraram em muito esse movimento de auto-regeneração a que as sociedades estão a ser sujeitas! Os dias de hoje já não convidam ás guerras do passado, até porque já não existem generais… em contra partida a propaganda tem criado e alimentado fantasias nas mentes mais veneráveis, que a prazo vem confirmar a existência de estados irreversíveis de miséria material e espiritual. É minha vontade ser parte activa do pelotão que vai romper a multidão parada na estrada à espera que este nevoeiro se dissipe! Os desafios são como os bebés no berço, pouco se parecem com o Homem no qual se transformaram, contudo a minha determinação faz-me acreditar que iremos sair renovados desta sombria conjuntura que se instalou nas nossas vidas, mesmo que isso implique uma perca parcial do que temos hoje. O que me assusta não é perder capacidade material, mas antes olhar em volta e certificar-me que perdemos a capacidade de Amar. É o altruísmo de amar que nos tornas únicos no Cosmos. O Ano que espreita não será a confirmação da destruição de coisa nenhuma, mas pode ser o inicio de uma mudança de mentalidade, que as gerações vindouras nos agradeceram que tenhamos iniciado.

domingo, dezembro 04, 2011


Pouco passa das 5h30m. De modo a poder desfazer a barba que floresceu numa rua comprida nesta noite densa,  procuro acordar o espelho ainda abraçado ás torneiras da bacia que em murmúrios de morte, apela ao esquentador que aqueça a água que lhe percorre as entranhas. Lá fora num ramo de uma árvore sem nome, um pássaro desmemorizado, sorri em busca do sol, numa tarde que já desejava que fosse Primavera. Cá dentro, procuro compreender o tacto que ao percorrer o meu rosto inspecciona a possível presença de um pelo dissidente! Num acto puramente formatado, faço girar sobre mim, o cortinado do poliban e deixo-me ensopar… antes de dizer adeus, assisto ás tuas pestanas a descerem e a subirem devagar, próprio de quem ainda não despertou. É sublime a saudade que se gera dentro de nós, quando se ama. Tão distante do poder que sentimos quando se controla!?! Levo comigo o teu cheiro preso entre os dedos das mãos, no gesto que deixei para trás quando acariciei os teus cabelos, num estado de fúria de mar!