sábado, junho 26, 2010

Por vezes Deus junta dois Homens dentro de um saco e agita-os severamente, gerando sentimentos de raiva e destruição que na sua frágil condição de humanos, a sobrevivência é a única orientação que alimentam, numa viagem que os afasta do altruísmo e os conduz à escuridão de que uma criança se solta, quando começa a andar.
O facto de o Homem ter a necessidade de acreditar em algo maior do que ele, para poder venerar e receber protecção, leva-o a viver numa permanente luta contra o retorno, ao tentar reter dentro de si algo que não lhe pertence e que recebeu emprestado da Natureza que mais cedo ou mais tarde, terá de devolver. A sua existência. A discórdia entre os homens só registe porque ainda não aceitamos que a dádiva da vida é uma concessão, durante a qual nada nos pertence, sendo o nosso corpo portador da capacidade de dar lugar a que outros existam e desfrutem do fenómeno da vida, do mesmo modo que o Céu é para as Estrelas e o Jardim para as Flores, para quem nestes dois últimos estados de existência, o brilho e a exuberância é um reflexo do seu equilíbrio.