sábado, novembro 22, 2008

Surges diante de mim num estranho silêncio de quem trás a morte e exibes a folha do teu sabre no desafio que vives orgulhoso poder dominar. Corro para ti aparentemente desarmado com o intuito de iludir o seu excesso de autoconfiança. O nosso grito de guerra preenche o Cosmos, à medida que projecto-me no ar, para quando cair sobre ti o meu sabre dilacerar a tua existência enquanto o teu coração estremece de horror pela amostra que o meu olhar enfatiza sobre o que vou fazer de ti. Quando as laminas se tocam, a faísca não deixou que percebesses, que o teu sabre morreu andes de ti. É tarde quando tomas consciência de que o que ainda ostentas no teu punho já de nada serve. Sinto o teu ritmo cardíaco a aumentar na medida do desespero que este género de desilusão consegue causar. Todo o teu corpo se entrega ao destino que eu entender fazer dele. Caminho lentamente elevando o meu sabre sobre a tua cabeça, enquanto deixas-te cair de joelhos sobre o solo que vai absorver o teu sangue dentro de poucos instantes. E no momento em que ficamos vazios de qualquer sentimento, sempre que antecede um desfecho destes, estendo uma das minhas mãos sobre ti e puxo-te na medida da força que as tuas pernas desfalecem e reconheço em voz alta que estás perfeito para encarar as adversidades do dia-a-dia.

sábado, novembro 01, 2008


O que começou por ser uma corrida de braços abertos, suportando um sorriso que influencia positivamente o estado de alma de qualquer adulto, acaba num voo que afaga o meu peito com uma tamanha ternura que ainda desconheces existir em ti. Este efémero momento em que permaneces serena no meu colo, derivado do facto de não conseguires consumir toda a energia que possuis, faz com que rejuvenesça... o ritmo a que se dá o teu desenvolvimento, permite que tome consciência que com a tua tão desejada chegada, iniciei o processo inverso. A noção do tempo ganha outras proporções no meu dia-a-dia e procuro o caminho de poder tornar-me tão eterno quanto tu, na medida do desejo de assistir aos teus dias de Glória. O âmago da existência humana não pode apenas guardar este simples ciclo de nascimento e morte, como mecanismo de equilíbrio da espécie?!? Algures dentro de nós terá de existir um sector a que nunca ninguém ainda acedeu, que nos permitirá aquiescer à eternidade. Sonho com a possibilidade do antes e depois, ao estar presente no nascimento dos teus netos, de poder ir de férias com eles, de fazermos compras de Natal todos juntos, de estudar com eles, de os embalar com histórias ao serão e na manhã seguinte após o pequeno almoço, acompanha-los à escola. A Vida, tornara-se assim com menos dores de cabeça. As transformações que esta possibilidade faria gerar nas actuais sociedades, resolveria questões como a inveja, ganância e gula pelo poder... O Homem tornar-se-ia assim um ser mais desprovido de necessidades materiais e o Mundo seria governado sem as galopantes assimetrias que conhecemos e o progresso deixaria de ser uma propaganda.