sábado, janeiro 26, 2019

A escuridão, exibe uma silhueta musculada e cintilante, de feroz carnalidade, que transforma as noites num veículo de sedução, que não nos custam a passar. Já os dias são tantas vezes um longo espectro de perdição, quando o intervalo entre aquilo que nos desafia, se atrasa a chegar, cansando o olhar no perfeito alinhamento da linha férrea, naquilo que parece ser o seu fim, no qual descreve uma curva ao alapar tudo o que está por chegar, deixando-nos sequiosos por o tempo não ...esperar por nós. É aí que o córtex cerebral, ao processar a informação, como que aleatoriamente opta por antecipar a reação, entramos num jogo, que não podemos jogar, onde desconhecemos as regras, nunca o iremos ganhar, por o enredo da humanidade encerrar mistérios de sorte e azar. Mas é no arrepio que nos suspende a fala, com um palpitar quase imperceptível que nos sentimos vivos como se estivéssemos um arnês, mesmo quando não estamos presos a nada, até que um novo limite nos pare.
 
13 Janeiro 2019