sexta-feira, abril 13, 2018

O que faço eu aqui com as mãos manchadas pela estagnação do sangue regelado, com o cérebro a agitar-se estrepitosamente, tentando enviar mensagens de calor pelo corpo, no reacender do fogo que deixa os sentidos despertos, com as suas labaredas, a consumirem imagens que decoram os corredores do tempo?
Apenas o arrepio da passagem de um tufão, que nos proporciona uma vaga de prazer, pode atribuir sentido a esta experiencia de liberdade de um nada absoluto, que nos leva a não esquecer como nos envolve, com o branco dos olhos a ganhar espaço em redor da pupila, numa ascensão vagarosa, como uma lágrima de felicidade, que de tão pura nem dói.
 
11 Março 2018