sábado, junho 25, 2011


Numa viagem que necessita de pouco mais de 8 minutos, o Sol chega e cobre toda a minha superfície, provocando o efeito de uma brasa incandescente, que esmorece à medida que o dia se consome com o mar sempre a jorrar champagne salgado, sobre um plano inclinado de areia, que acolheu a minha presença, como se eu fosse uma concha sem bivalve. Atrás de mim e na vertical, as escarpas fazem deste lugar uma enseada preenchida de seres voadores, que ocasionalmente proporcionam eclipses solares quando se interpõem entre o sagrado e o profano. Resisto ao fascínio de assistir a toda esta interacção e mantenho-me de olhos fechados, por saber que a luz pode enlouquecer-me e tomo consciência de que para sentir falta de algo, não necessito da evasão da sua presença! Quando a noite caí, faz tempo que estou acordado, desafi-o o sono a não apagar da minha mente tudo o que fiz hoje, para amanhã ter presente o conforto deste lugar.