sábado, maio 22, 2010

A minha história leva-me até um local auspicioso, afastado da urbe onde o ar rarefeito e uma baixa temperatura, me preparam para deslindar o que falta saber antes de uma longa partida, depois de uma incessante caminhada até aqui, durante a qual assisti ás sucessivas metamorfoses das paisagens que conheci sentado à janela de um comboio em andamento, no qual vi desaparecer rostos na acoplagem das borrachas das portas que separam as carruagens. Deixo-me cair sobre os joelhos que suportam o meu cansaço á um longo período de tempo, para acolher a determinação do córtex cerebral a registar o inicio da contagem decrescente do desligar sucessivo de todos os compartimentos do cérebro, como um apagão numa cidade.
Não fosse o facto de acreditar que o período de tempo que decorre desde o nascimento até à morte, não passa de uma corrida a querer tocar no que amamos e nos fascina, onde a cessação da vida não passa de uma séria predisposição para a horizontalidade a partir da qual somos acolhidos pelo universo, este seria um momento escuro e silencioso.
Creio ser este o indubitável instante onde devo enobrecer os que com quem partilhei genuínos instante de prazer. E porque não, também com os que me causaram indignação e traição?
Quem eu amei, sentiu a força da minha vibração, no prolongamento da sua. Os restantes, a quem o tempo dedicado e a amizade descoraram, acabarão por serem consumidos no seu desnorte, de tão desinteressantes se revelarem, depois de não conseguirem sustentar mais o peso da sua falsa personalidade, onde a sua prioridade assenta em desde que não seja muito, é sempre pouco o que possam obter na curva do sucesso dos outros. Destes últimos a sua existência passa hoje da indiferença ao desaparecimento, no memorial da minha memória.
Comigo levo uma curta existência, mas longa de momentos de deslumbramento e paixão, como o calor de te amar, tantas vezes senti a pele a pingar. E é a ti que peço que pegues nas minhas ainda quentes cinzas e as arremesses de encontro ao vento, para este me levar até onde nunca consegui chegar.

1 Comments:

Blogger fiodaana said...

olá.
Vou voltar com mais assiduidade.
Fiquei a pensar que a tua definição de objectivo para a vida nunca me tinha ocorrido.
Eu resumia: ser feliz.
Mas não. É muito agocentrismo meu.
Fazes-me sempre pensar, (que é optimo, dado o meu grande defeito..).
Beijo

6/10/2010  

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