domingo, setembro 23, 2007

Nos últimos dois meses temos vivido mais uma vez o efeitos da erosão que causam as ondas de choque nos mercados financeiros. Muito se tem dito sobre as suas causas. Não questiono se tem ou não sido empolgadas, até porque nestas situações, existem sempre os que não resistem à depilação virtual das suas carteiras de investimento e que acabam por vender assumindo os reais prejuízos, para outros tirarem partido dessa venda em massa e comprarem quase tudo o que desvaloriza irracionalmente, como que querendo aprovisionar-se para uma guerra. Danos colaterais de uma sociedade global rendida ao capitalismo. Várias vezes tenho perguntado a mim próprio o que virá na ordem natural das coisas substituir o capitalismo? Se é que este é substituível!?! Em épocas como a que vivemos, as empresas tendo como paradoxo anual a superação dos lucros face ao período homólogo e sendo certo que não é economicamente possível um eterno crescimento, assistimos cada vez mais à arte de trabalhar os números! Os lucros aparecem, não pelo aumento da receita, mas pelo corte dos custos. Ora é sabido que a maior fonte de custos de uma empresa é com o seu quadro de pessoal. E quando se aborta esta questão, entramos num mundo sombrio, por estar tão envolto em inveja e conspiração. As empresas estão preenchidas de quadros superiores com vencimentos surrealistas e as bases, o fermento da produção, a raiz da empatia do Cliente com a empresa é explorada, nos princípios mais básicos da existência de qualquer contribuinte, porque os primeiros gerem pessoas como se estivessem perante a sua despensa lá de casa. Ao mesmo tempo existem tentativas por parte dos coordenadores das equipas de trabalho, em estimular a competitividade, como modo de estes se superarem não a si próprios mas uns aos outros. Resultado, a inveja e a conspiração ganha uma dimensão incomensurável, onde cada um procura crescer tendo como degrau as costas do seu colega do lado. Depreendo, que uma forma eficaz de as empresas obterem resultados mais reais e competitivos, passa por gerarem riqueza colectiva como forma de estimular verdadeiramente o brio profissional e ao mesmo tempo poder eficazmente exigir resultados e formarem os seus colaboradores de modo a o indivíduo desaparecer diante do ideal colectivo.