domingo, novembro 19, 2006

No passado dia 10 de Novembro fui jantar a bordo do Navio Escola Sagres, que se encontrava-se atracado na Doca da Marinha em Lisboa, junto ao Terreiro do Paço. A minha presença neste jantar deveu-se ao facto de ter conhecido recentemente um jovem, cujo passado e o presente estão ligados ao mar e que me convidou a embarcar neste imponente Navio, a fim de confraternizar num ambiente algo informal para a entrega de prémios do dia da Marinha e 57º Festival Náutico do CNOCA - 2006. Cheguei ainda o singular lusco-fusco lisboeta dava os seus primeiros tons, o que possibilitou tirar algumas fotografias aquele que tenho para mim ser um dos ícones de Portugal - A Sagres. Explêndida por dentro e por fora e onde ao embarcar sentimos desde logo o nosso imaginario em busca de histórias que todo aquele ser flutuante guarda. Fiz uma lenta descoberta do seu interior. A noite chegou depressa e a brisa ribeirinha, puxava por um agasalho, pois ainda não tínhamos começado a beber, nem água... Pouco depois da chegada fomos brindados pela simpatia da guarnição com um serviço de entradas, bastante generoso. Os convidados foram chegando e naturalmente o ambiente foi ficando rapidamente composto de abraços, sorrisos, algumas anedotas e boa disposição. Reparei que aquando da chegada de um oficial da marinha, dava-se um apito e um bater de continência da tripulação e o mesmo verifiquei mais tarde à saída. Simples, cordial e elegante, próprio da conduta que sempre atribui à Marinha, bastante diferente da rigidez do Exercito e da superficialidade da Força Aérea.
O meu anfitrião fez as honras da casa e deu a conhecer alguns dos aspectos técnicos da Sagres. Neste entretanto o jantar começava agora a ser servido por todo o convés. Um até então nunca provado por mim Bacalhau à Brás. DELICIOSO!!! Um, dois, três copos de sangria e começamos a baloiçar mais do que a ondulação projecta sobre o que acenta sobre a água... seguiu-se um prato de Salmão Fumado, hummmm!!!
Estava seguramente deliciado com tudo o que me envolvia, mesmo que não o transparecesse. Daí às sobremesas foi um passo, chegaram em ombros dois enormes bolos, que foram a derradeira certeza de um mito que ganhou vida nesta noite. A cozinha da Marinha é algo que roça no divino. O café também não foi esquecido, nesta altura o meu estômago apelava a que parasse.
Por fim a entrega dos prémios, momento alto da noite, onde muitos foram entregues a juvenis, crianças dotadas de uma destreza emocional pelo contacto com os elementos da natureza. O seu sorriso ainda embelezou mais a Sagres.
A noite foi trazendo consigo os efeitos colaterais de uma sexta-feira, o cansaço, no caminho a pé até ao carro, de quando em vez voltava-me para trás como que a despedir-me da Sagres, repleto de luzes, não deixando que o breu da madrugada se apoderasse de si.