quinta-feira, novembro 23, 2006


Caminho descalço pela boulevard do meu córtex, esfolhando livros amarelecidos pelo tempo. As imagens que deles brotam, espelham encantos de coisas que compreendo e me fascinam.
A íris, essa membrana que tantas vezes parece ganhar vida independente de nós, cria registos à velocidade de um relâmpago. Os arquivos vivem espalhados pelos longos corredores que nos conduzem aos dias de hoje, onde a recordação arrebata o tempo decorrido como se este não passasse de uma abstracção do Homem. Por vezes somos capazes de assistir à ausência do envelhecimento, por parte de quem gostamos desmesuradamente, como forma de contrariar inconscientemente a ordem natural das coisas.