segunda-feira, outubro 09, 2006

A cada toque na embraiagem sou projectado no sentido contrario ao deslumbramento dos meus olhos, com tudo o que os invade. Ao tentar focar algo, as imagens deixam-me ficar para trás, preso num único momento, para logo depois saltar para a dianteira do centro de gravidade desta velocidade escaldante. A trás de nós o túnel de vento, sugere a criação de uma forma alada, vindo em nossa perseguição. A máquina continua a apresentar subida de rotações, não se adivinhando o seu red line. O asfalto escapa-se por debaixo de nós de um modo vertiginoso, começamos a sentir o efeito afunilado da fusão de formas e cores. A musica toca na proporção da adrenalina, que parece ganhar vida fora de nós. Perante falsos obstáculos, rasgamos a estrada de ponta a ponta e elevamo-nos no ar desaparecendo num ponto de luz.